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Moraes determina que PF ouça Fábio Wajngarten e advogado de Bolsonaro por suposta tentativa de obstrução em investigação do golpe

Ministro do STF aciona a Polícia Federal após indícios de que aliados de Bolsonaro tentaram interferir no acordo de delação de Mauro Cid

25/06/2025 às 17h16
Por: Redação Acesse União
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foto internet
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal ouça o ex-assessor e ex-advogado de Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten, e o advogado do ex-presidente, Paulo Costa Bueno, no âmbito de uma investigação sobre possível obstrução de Justiça.

A decisão ocorre dentro de um inquérito instaurado na semana passada para apurar se o ex-assessor de Bolsonaro Marcelo Câmara, junto com seu advogado Eduardo Kuntz, tentou atrapalhar as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado.

A investigação ganhou força após a PF apresentar ao STF informações extraídas do celular de uma das filhas de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República e atualmente delator. Segundo a Polícia Federal, além de Kuntz, Wajngarten também teria tentado contato com a família de Cid, incluindo sua esposa e filha.

De acordo com a PF, o advogado Paulo Costa Bueno é citado como tendo abordado a mãe de Mauro Cid, Agnes Barbosa Cid, durante um evento na Hípica de São Paulo, acompanhado de Kuntz. Segundo os investigadores, a dupla teria pressionado a família para tentar convencê-los a substituir a defesa do delator.

O advogado Eduardo Kuntz entregou ao STF mensagens que, segundo ele, foram trocadas com Mauro Cid via Instagram. Nas conversas, Cid teria alegado ter sido pressionado a firmar o acordo de delação. Kuntz usou esse argumento para pedir a anulação da colaboração premiada do militar.

Em entrevista ao programa Estúdio I, da GloboNews, Kuntz afirmou que foi procurado por Cid e que sua abordagem visava a realização de uma “investigação defensiva” para embasar a defesa de seu cliente, Marcelo Câmara.

Alexandre de Moraes viu indícios de tentativa de obstrução e já havia determinado a prisão de Marcelo Câmara por violar uma medida cautelar que o impedia de manter contato com outros investigados — inclusive por meio de intermediários.

A investigação continua sob sigilo, mas o STF segue monitorando as movimentações de aliados do ex-presidente Bolsonaro no caso.

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