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Piauí acumula prejuízo de mais de R$ 7 bilhões com desastres naturais em uma década.

“12 mortes foram registradas”

17/05/2025 às 18h25
Por: Redação Acesse União
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Foto/Reprodução: Internet
Foto/Reprodução: Internet

 

Entre janeiro de 2013 e dezembro de 2024, o estado do Piauí enfrentou prejuízos superiores a R$ 12 bilhões em decorrência de desastres naturais. É o que revela um estudo da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que também aponta a morte de 12 pessoas no estado durante o período analisado.

Ao longo da década, os municípios piauienses decretaram situação de emergência 2.412 vezes devido à seca ou estiagens prolongadas. Outros 112 decretos foram emitidos em razão de chuvas intensas. Segundo o levantamento, além das mortes, 13.774 pessoas ficaram desabrigadas e outras 58.558 foram desalojadas.

O estudo estima que mais de 7 milhões de pessoas foram afetadas, com muitos habitantes impactados mais de uma vez, resultando em uma média de dois desastres por pessoa durante o período.

A maior parte dos prejuízos atingiu diretamente a população, totalizando cerca de R$ 6 bilhões em perdas privadas. Já os danos ao poder público somaram R$ 854 milhões. Na área habitacional, os prejuízos foram estimados em R$ 945 milhões.

Cenário nacional: perdas bilionárias e baixa execução de recursos

O levantamento nacional da CNM, intitulado “Panorama dos Desastres no Brasil – 2013 a 2024”, mostra que os prejuízos causados por desastres naturais em todo o país saltaram de R$ 8,5 bilhões em 2013 para impressionantes R$ 732,2 bilhões em 2024.

Nesse período, foram registrados 70.361 decretos de emergência ou calamidade pública, emitidos por 5.279 municípios — uma média de 13 ocorrências por prefeitura. Estima-se que mais de 473 milhões de brasileiros tenham sido direta ou indiretamente afetados, o que representa mais de duas ocorrências por cidadão, considerando a população de 2023.

Os prejuízos foram distribuídos entre diversos setores. A agricultura foi a mais afetada, com perdas de R$ 325,6 bilhões, seguida pela pecuária (R$ 94,4 bilhões). Outros danos expressivos foram registrados nas áreas de saúde pública (R$ 86 bilhões), abastecimento de água potável (R$ 61,2 bilhões), habitação (R$ 43,4 bilhões), infraestrutura (R$ 42,4 bilhões), transportes (R$ 23,3 bilhões), e indústria (R$ 9,5 bilhões).

Apesar da gravidade dos impactos, o estudo destaca a baixa execução dos recursos federais. Dos R$ 13,4 bilhões previstos para ações de gestão de riscos e prevenção, apenas R$ 5,3 bilhões foram efetivamente repassados aos municípios — o equivalente a 39,8% do total autorizado.

“Não adianta fazer inventário ou buscar recursos, porque nada chega. É zero. Apenas 48% dos municípios preencheram os formulários de danos, e mesmo assim de forma muito básica, pois os prefeitos já não acreditam mais no governo federal”, criticou Paulo Ziulkoski, presidente da CNM.

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