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Teresina tem menos de 40 ônibus circulando durante a greve, diz Strans

Apenas 18% da frota está em circulação, contrariando decisão judicial; sindicato afirma que paralisação é resultado da insatisfação dos trabalhadores e falta de proposta concreta

13/05/2025 às 16h18
Por: Redação Acesse União
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Foto/Reprodução: Internet
Foto/Reprodução: Internet

A Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito de Teresina (Strans) identificou que menos de 40 ônibus estão operando na capital durante a greve dos rodoviários iniciada nesta segunda-feira (12). De acordo com levantamento realizado por meio de monitoramento eletrônico e com visitas às paradas de ônibus no Centro da cidade, apenas 38 veículos estão circulando nesta terça-feira (13), o que representa cerca de 18% da frota regular.

Esse número está bem abaixo dos percentuais mínimos estabelecidos pela Justiça do Trabalho, que determinou a operação de 80% dos ônibus nos horários de pico e 40% nos demais períodos. A Strans afirma que os trabalhadores não estão cumprindo a decisão judicial da desembargadora Liana Ferraz, emitida na tarde do dia anterior.

Por outro lado, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviário de Teresina (Sintetro) nega que esteja impedindo a saída dos ônibus das garagens. Segundo a entidade, a paralisação ocorre por decisão dos próprios motoristas e cobradores, insatisfeitos com a proposta apresentada pelos empregadores.

“Não há como forçar o trabalhador a atuar sem qualquer proposta concreta. O que foi apresentado congela os atuais termos por dois anos e sugere aumento apenas para motoristas, caso os cobradores sejam dispensados. Quem decide é a assembleia dos trabalhadores”, declarou Cláudio Gomes, diretor do Sintetro.

Para fiscalizar a operação do transporte público durante a greve, a Strans mobilizou 52 agentes, que atuam tanto nas ruas quanto por meio do sistema eletrônico de rastreamento dos veículos. O diretor de Transportes da Strans, Adriano Barreto, reforça que a frota disponível é insuficiente para atender à população.

“Com apenas 18% dos ônibus em circulação no horário de pico, é evidente que fora desse período o número é ainda menor. Isso compromete o atendimento à população durante a greve”, pontua Barreto.

Enquanto isso, a prefeitura já cadastrou mais de 70 veículos para operar como transporte alternativo durante a paralisação, número que pode aumentar ao longo do dia.

Em resposta à determinação judicial de manter 80% da frota em circulação, o Sintetro argumenta que esse percentual corresponde à operação normal, e não a uma exigência em situação de greve. O presidente do sindicato, Antônio Cardoso, afirmou que não há impedimentos nem tumultos nas garagens e que a decisão de não sair com os ônibus parte dos próprios funcionários.

A categoria deve realizar nova assembleia na tarde desta terça-feira (13) para definir os próximos passos do movimento após reunião com o Tribunal Regional do Trabalho. Até agora, segundo o sindicato, o Setut (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros de Teresina) não apresentou nenhuma nova proposta para negociar o fim da paralisação. O Setut, por sua vez, afirma que tem oferecido reajustes consideráveis à categoria nos últimos anos.

 

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