Um relatório da Polícia Federal revelou um esquema bilionário de fraudes no INSS envolvendo descontos indevidos em aposentadorias e pensões. Entre os citados está o Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas da Força Sindical (Sindinapi), cujo vice-presidente é Frei Chico, irmão do presidente Lula. Segundo a investigação, o sindicato aplicou descontos em benefícios sem cumprir as exigências legais, como a validação da biometria facial dos beneficiários — uma regra obrigatória desde março de 2024, estabelecida pela Instrução Normativa PRES/INSS nº 162.
Apesar disso, o INSS autorizou, a pedido de entidades, uma “regra transitória” que permitiu novos descontos mesmo sem a biometria, a partir de junho daquele ano. Os valores eram retirados diretamente das contas dos aposentados e repassados a sindicatos e associações, muitas vezes sem autorização dos beneficiários — que, em vários casos, nem sabiam da existência dessas entidades, incluindo o próprio Sindinapi.
A investigação também aponta envolvimento de altos funcionários do INSS, como Geovani Batista Spiecker e o ex-presidente Alessandro Stefanutto, que foram afastados. Outras entidades, como Amar BR e Masterprev, também teriam sido favorecidas pela regra provisória. O atual presidente do Sindinapi, Milton Baptista de Souza Filho, também atua em uma corretora de seguros, o que levantou suspeitas sobre o uso da estrutura sindical para interesses privados.
O Sindinapi, em nota, negou qualquer irregularidade e afirmou que já utilizava um sistema de biometria facial próprio antes da exigência oficial do INSS.