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INSS abriu exceção de segurança para sindicato do irmão de Lula

Investigação aponta que Sindinapi foi beneficiado por regra transitória expedida pela autarquia em junho de 2024 após não apresentar dados necessários para descontos

06/05/2025 às 19h09
Por: Redação Acesse União
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Foto/Reprodução: Internet
Foto/Reprodução: Internet

Um relatório da Polícia Federal revelou um esquema bilionário de fraudes no INSS envolvendo descontos indevidos em aposentadorias e pensões. Entre os citados está o Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas da Força Sindical (Sindinapi), cujo vice-presidente é Frei Chico, irmão do presidente Lula. Segundo a investigação, o sindicato aplicou descontos em benefícios sem cumprir as exigências legais, como a validação da biometria facial dos beneficiários — uma regra obrigatória desde março de 2024, estabelecida pela Instrução Normativa PRES/INSS nº 162.

Apesar disso, o INSS autorizou, a pedido de entidades, uma “regra transitória” que permitiu novos descontos mesmo sem a biometria, a partir de junho daquele ano. Os valores eram retirados diretamente das contas dos aposentados e repassados a sindicatos e associações, muitas vezes sem autorização dos beneficiários — que, em vários casos, nem sabiam da existência dessas entidades, incluindo o próprio Sindinapi.

A investigação também aponta envolvimento de altos funcionários do INSS, como Geovani Batista Spiecker e o ex-presidente Alessandro Stefanutto, que foram afastados. Outras entidades, como Amar BR e Masterprev, também teriam sido favorecidas pela regra provisória. O atual presidente do Sindinapi, Milton Baptista de Souza Filho, também atua em uma corretora de seguros, o que levantou suspeitas sobre o uso da estrutura sindical para interesses privados.

O Sindinapi, em nota, negou qualquer irregularidade e afirmou que já utilizava um sistema de biometria facial próprio antes da exigência oficial do INSS.

 

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