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Vice de Tarcísio reconhece força de Lula e manda recado a Bolsonaro sobre 2026

Diante da força de Lula Felicio defende que Bolsonaro precisa tomar uma decisão rápída

03/05/2025 às 23h19
Por: Redação Acesse União
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Foto/Reprodução: Internet
Foto/Reprodução: Internet

Nesta quinta-feira (1º), o vice-governador de São Paulo, Felicio Ramuth (PSD), afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) precisa decidir logo se o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) será o nome da direita para disputar a Presidência em 2026. A declaração foi feita durante entrevista à CNN Brasil, em que comentou o futuro da oposição e os rumos políticos da direita no país.

Ramuth alertou que essa definição deve acontecer até o final deste ano. Segundo ele, Tarcísio não aceitaria ser indicado de última hora, pois prioriza planejamento e organização. Com Bolsonaro fora da disputa eleitoral até 2030, a direita precisa encontrar um novo líder de alcance nacional — e, apesar de algumas resistências, Tarcísio é hoje o principal nome entre os apoiadores do ex-presidente. O vice-governador comparou o momento atual à eleição de 2018, quando Lula, mesmo preso, manteve sua candidatura até perto do prazo final, forçando uma substituição tardia por Fernando Haddad — algo que, segundo Ramuth, atrapalhou a campanha. Para ele, repetir esse tipo de improviso seria um erro grave, especialmente no caso de um político com perfil técnico como Tarcísio.

Apesar de criticar o PT e o governo Lula, Felicio reconheceu a força eleitoral do atual presidente e admitiu que a disputa será difícil. Ele sugeriu que, mesmo com a intenção de buscar a reeleição em São Paulo, Tarcísio pode acabar sendo chamado a disputar a Presidência, caso Bolsonaro decida mudar os rumos da direita.

Nos bastidores, o governador já sinalizou que não pretende deixar o cargo em abril de 2026, como a lei exige para quem quer concorrer ao Planalto. Seu maior receio é abandonar o governo paulista sem ter garantias de que será o nome escolhido por Bolsonaro, preferindo manter o controle sobre sua carreira política em vez de ficar refém de decisões do grupo bolsonarista.

Apesar dessas dúvidas, Tarcísio é hoje a opção mais viável para o bolsonarismo em um cenário sem Bolsonaro. Ele tem boa aceitação entre os eleitores mais à direita e aparece com desempenho razoável nas pesquisas, embora ainda não consiga vencer Lula nas simulações de segundo turno — o que mostra a força do presidente e os desafios da direita para se reinventar sem o apelo direto de Bolsonaro.

Esse cenário evidencia a falta de unidade e de estratégia clara na oposição ao governo Lula-Haddad. Enquanto isso, o governo federal segue buscando estabilidade política e popularidade, apesar das pressões de uma base bolsonarista em crise. A antecipação do debate sobre 2026 mostra como a direita ainda não encontrou uma liderança forte e tenta construir uma candidatura mais moderada e menos radicalizada.

Embora Tarcísio esteja alinhado ideologicamente com o bolsonarismo, ele busca se distanciar de posturas mais extremas e preservar sua imagem como gestor. Sua decisão de entrar ou não na corrida presidencial dependerá não só de convites, mas da avaliação real de suas chances contra um adversário que ainda mantém alta aprovação popular.

 

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