O Vaticano informou nesta terça-feira (29/04) que mais um cardeal não participará do conclave que começará em 7 de maio para escolher o sucessor do papa Francisco. Com essa nova ausência, somada à já anunciada do cardeal espanhol Antonio Cañizares, o total de cardeais eleitores caiu de 135 para 133.
Embora o porta-voz da Santa Sé, Matteo Bruni, não tenha divulgado o nome do segundo ausente, especula-se que seja o cardeal bósnio Vinko Puljic, de 79 anos, que vem enfrentando problemas de saúde. Apesar de ter recebido liberação médica na semana passada, seu estado ainda inspira cuidados. O conclave, realizado na Capela Sistina, é o método tradicional da Igreja Católica para eleger um novo papa, acionado em caso de morte ou renúncia do pontífice. Apenas cardeais com menos de 80 anos podem votar. Tanto Puljic quanto Cañizares têm 79.
Atualmente, o Colégio de Cardeais conta com 252 membros, mas somente 133 têm direito a voto — já considerando as duas ausências. Destes, 108 (cerca de 81%) foram nomeados pelo próprio papa Francisco, o que pode influenciar na continuidade de seu estilo reformista e progressista. No entanto, o resultado da eleição depende das articulações internas entre os cardeais.
Segundo o direito canônico, o número ideal de eleitores é 120, mas esse limite pode ser ampliado pelo papa, o que Francisco já fez, seguindo exemplos de pontífices anteriores. Em dezembro de 2024, ele nomeou 21 novos cardeais eleitores, prevendo a substituição de 14 cardeais que, em 2025, completarão 80 anos e perderão o direito de votar.
A maior parte dos votantes vem da Europa, que representa cerca de 40% do total, com destaque para italianos e espanhóis, geralmente ligados a posições moderadas ou progressistas. A América Latina aparece em segundo lugar, com aproximadamente 14%, refletindo o crescimento da influência regional sob o papado de Francisco. África e Ásia dividem a terceira posição, com 13% cada. A África se caracteriza por um conservadorismo maior entre seus cardeais, enquanto a Ásia traz variedade, com países como Índia e Filipinas ganhando destaque. A América do Norte contribui com 11% dos eleitores, majoritariamente dos EUA e Canadá. A Oceania tem a menor participação, com apenas 2%, sendo liderada pela Austrália.
A faixa etária dos cardeais votantes varia principalmente entre 65 e 75 anos, o que torna este conclave um dos mais jovens das últimas décadas. O processo será acompanhado com atenção em todo o mundo, com expectativas de que o novo papa mantenha, ao menos em parte, a linha adotada por Francisco.