Durante uma entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), respondeu às críticas ao Bolsa Família e ressaltou a importância do programa para o progresso social das pessoas de baixa renda no Brasil. Ele destacou que os beneficiários não estão apenas tentando sobreviver, mas buscando chances reais de melhorar suas vidas. A fala foi dada nesta terça-feira (15).
“O Bolsa Família provoca uma transformação significativa. Antes, a pessoa precisava trabalhar só para garantir o que comer. Agora, ela já tem a alimentação assegurada. Isso muda tudo. A partir daí, ela pode buscar uma renda com o trabalho, o que faz toda a diferença”, afirmou o ministro. Ele também enfatizou que essas famílias almejam empregos com dignidade e salários que proporcionem independência.
Wellington Dias ainda apresentou dados que indicam uma maior participação dos beneficiários no mercado de trabalho. “Apenas em 2024, 98,8% das novas contratações foram de pessoas inscritas no Cadastro Único e no Bolsa Família. Isso desmonta a ideia de que essas pessoas não querem trabalhar”, declarou, ao combater preconceitos sobre a dependência do programa.
Questionado sobre o fato de cerca de sete milhões de pessoas estarem no Bolsa Família há mais de 10 anos — cerca de 35% dos beneficiários —, o ministro explicou que esse número já foi o dobro, e que o cenário vem mudando. Entre 2023 e 2024, aproximadamente 5,3 milhões de famílias saíram da situação de vulnerabilidade, o que representa cerca de 20 milhões de brasileiros.
“Se quem está na classe média quer crescer, imagine quem vive com quase nada. Quando alguém deixa o Bolsa Família, é porque conseguiu aumentar a própria renda em até três vezes”, afirmou.
Ele também destacou que muitas famílias enfrentam instabilidades econômicas, o que pode fazê-las sair e depois voltar ao programa. Por isso, defende a criação de um sistema de proteção social mais flexível, que facilite o retorno ao programa sem complicações burocráticas.
Atualmente, o Bolsa Família atende mais de 20,4 milhões de famílias distribuídas pelos 5.570 municípios do país. Em abril, o governo federal está repassando cerca de R$ 13,7 bilhões, com um valor médio de R$ 668,73 por família. Os pagamentos começaram nesta terça-feira (15) e seguem até o dia 30, de acordo com o último número do NIS (Número de Identificação Social) de cada beneficiário.
Além do valor principal, também está sendo pago o Auxílio Gás — um benefício bimestral voltado às famílias em maior situação de vulnerabilidade. Neste mês, o valor é de R$ 108, o equivalente ao custo médio de um botijão de gás, alcançando aproximadamente 5,37 milhões de famílias. Ao todo, o investimento nessa ação é de R$ 580,46 milhões, beneficiando cerca de 16,56 milhões de pessoas.