No final de março, a Apple teria fretado ao menos cinco aeronaves para transportar iPhones produzidos na Índia com destino aos Estados Unidos, em uma estratégia logística para mitigar os efeitos das tarifas de importação impostas pelo governo Trump. Segundo informações da Reuters, os aviões transportaram aproximadamente 600 toneladas de carga — volume estimado em cerca de 1,5 milhão de unidades.
O envio em larga escala foi viabilizado por meio do aumento temporário da capacidade produtiva nas fábricas indianas da empresa. Para isso, a Apple ampliou seu quadro de funcionários e manteve a operação fabril ativa inclusive aos domingos, o que resultou em um acréscimo de aproximadamente 20% na produção local.
A operação logística foi realizada em um curto intervalo de três dias, exigindo ações coordenadas para acelerar o desembaraço aduaneiro. Fontes relataram que a Apple interveio junto às autoridades para garantir a liberação rápida da carga nos pontos de entrada nos EUA.
Essa movimentação foi uma resposta direta à política tarifária implementada pelo governo norte-americano, que impôs novas alíquotas a dezenas de países. Embora a Índia tenha sido incluída na lista com uma tarifa de 26%, foi concedida uma suspensão temporária de 90 dias. Já os produtos oriundos da China, principal polo de manufatura da Apple, enfrentam tarifas que podem chegar a 125%, em decorrência da escalada na guerra comercial entre os dois países.
A Apple não se pronunciou oficialmente sobre o caso. Contudo, especialistas avaliam que a iniciativa reflete uma ação emergencial da companhia para evitar prejuízos financeiros decorrentes das medidas protecionistas e manter a competitividade no mercado norte-americano.