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'Quando meu marido morreu, extraí seu esperma. 15 meses depois nasceu nossa filha'

Por meio de um processo conhecido como extração póstuma de esperma, Ellidy conseguiu engravidar do seu parceiro, morto em um trágico acidente de mergulho.

24/03/2025 às 19h10 Atualizada em 24/03/2025 às 19h40
Por: Redação Acesse União Fonte: BBC
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Foto/Reprodução: Internet
Foto/Reprodução: Internet

Ellidy Pullin começou o ano de 2021 se sentindo profundamente sozinha. Enquanto o mundo comemorava a chegada do novo ano, ela lidava com a dor da perda de seu companheiro, Alex "Chumpy" Pullin, um bicampeão australiano de snowboard, que havia morrido em um trágico acidente de mergulho em julho de 2020. Em uma entrevista à BBC, Ellidy expressou a tristeza de perceber que tudo o que amava estava sendo deixado para trás.

A perda de Chumpy foi devastadora, e Ellidy enfrentou o luto enquanto lidava com a rejeição de um dos três embriões que os médicos conseguiram fertilizar com o esperma de Alex, coletado logo após sua morte. A coleta de esperma post-mortem não é uma prática nova, mas a urgência e a delicadeza do momento tornaram a situação ainda mais difícil para Ellidy.

Ellidy e Chumpy se conheceram em 2013, durante uma festa na Austrália. Desde o primeiro encontro, houve uma conexão instantânea, levando a um relacionamento intenso e amoroso. O casal sonhava em ter filhos, mas enfrentou dificuldades na concepção, o que os levou a considerar a fertilização in vitro.

Após a morte de Chumpy, a amiga de Ellidy sugeriu a coleta de esperma. Em um ato de desespero, Ellidy concordou com o procedimento, que foi realizado com sucesso dentro do prazo crítico de 36 horas. Essa decisão proporcionou a Ellidy uma esperança de reconexão com o amor de sua vida.

Nos meses seguintes, Ellidy ficou em um estado de “vago e transitório”, lutando para lidar com a realidade de sua perda. Foi somente seis meses após a morte de Chumpy que ela sentiu uma urgência de ter um bebê. Em dezembro de 2020, começou a programar consultas para o tratamento de fertilização in vitro.

Em 31 de dezembro, Ellidy implantou o primeiro embrião, mas ele foi rejeitado. No entanto, em fevereiro de 2021, recebeu a notícia de que estava grávida do segundo embrião. O momento foi recheado de emoção e alegria, pois representava uma parte de Chumpy voltando à vida.

O nascimento de Minnie Alex Pullin, em outubro de 2021, foi um marco para Ellidy. A felicidade de se tornar mãe trouxe um novo propósito à sua vida, embora a dor pela perda de Chumpy ainda estivesse presente. Ela encontrou força e apoio nos pais de Chumpy, que sempre incentivaram seu desejo de ter um filho.

Ellidy fala com carinho sobre a conexão de Minnie com seu pai. Ela compartilha histórias e memórias, assegurando que Chumpy sempre estará presente na vida da filha. Apesar dos desafios de ser mãe solteira, Ellidy se dedica a criar Minnie com amor e carinho.

Hoje, Ellidy reflete sobre a vida que construiu após a perda e a importância de manter viva a memória de Chumpy. Ao olhar para o mar com Minnie, ela conta que o pai dela está sempre presente, prometendo que ele a observa do céu. A vida continua, e Ellidy encontrou um novo sentido em meio à dor.

Esta reportagem foi adaptada de um episódio do programa de rádio Outlook, da BBC. Para ouvir a versão original (em inglês), clique aqui.

 

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