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“Em 2025, quero comemorar o Brasil fora do Mapa da Fome”, diz Wellington Dias

Ministro afirma que avanço de políticas sociais e redução da miséria podem garantir a segurança alimentar definitiva para milhões de brasileiros

08/03/2025 às 22h19
Por: Redação Acesse União
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 Foto/Reprodução: Internet
Foto/Reprodução: Internet

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, declarou que o Brasil está perto de ser retirado do Mapa da Fome novamente. Em uma entrevista ao portal Brasil 247, ele destacou os avanços nas políticas de enfrentamento à insegurança alimentar, a ampliação de programas sociais e a colaboração internacional, por meio da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. De acordo com Dias, as ações do governo Lula já apresentaram progressos significativos na diminuição da pobreza extrema. "Demoramos 11 anos para retirar o Brasil do Mapa da Fome em 2014. Em apenas um ano, conseguimos garantir uma alimentação digna para 24,4 milhões de pessoas", afirmou. O ministro mencionou a integração de programas como o Bolsa Família, a ampliação da alimentação escolar e o fortalecimento da rede de assistência social como elementos cruciais para essa recuperação. Além disso, ele destacou que os índices de pobreza também mostraram redução. "A miséria atingia 5,2% da população, mas conseguimos reduzir para 4,4% em 2023, com a expectativa de uma diminuição ainda maior em 2024", explicou. Para ele, o crescimento econômico, aliado a políticas de geração de empregos e fomento ao empreendedorismo, tem contribuído para tirar mais brasileiros da extrema pobreza.

A Aliança Global e o papel do Brasil

O ministro também falou sobre sua liderança na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma iniciativa internacional para combater a insegurança alimentar no mundo. "O mundo falhou em cumprir as metas de desenvolvimento sustentável para 2030. Em 2015, havia 600 milhões de pessoas no Mapa da Fome; em 2022, esse número subiu para 750 milhões. Precisamos de um pacto global para reverter essa realidade", afirmou.

Dias ressaltou que a Aliança já conta com 170 países e estabeleceu objetivos como garantir segurança alimentar para 500 milhões de pessoas e direcionar US$ 24 bilhões em créditos e assistência técnica a países de baixa e média renda. "Estamos trabalhando para substituir os auxílios cortados por países como os Estados Unidos, para que regiões vulneráveis não sejam ainda mais afetadas", disse.

Impacto das políticas sociais na economia

O ministro reforçou que a política de combate à fome não é apenas uma ação humanitária, mas também uma estratégia econômica. "Incluir os pobres no orçamento não é um problema, é uma solução. O dinheiro que chega às famílias mais carentes estimula o consumo e impulsiona a economia", afirmou. Ele destacou que 98,8% dos brasileiros que conseguiram empregos formais em 2023 estavam no Cadastro Único, a base de dados do governo que identifica famílias de baixa renda.

Além disso, Dias comentou as mudanças nas regras do Bolsa Família, que permitiram que beneficiários que encontraram empregos formais não perdessem imediatamente o benefício. "Havia receio de perder o auxílio ao assinar a carteira de trabalho. Agora, o Bolsa Família oferece uma transição segura, permitindo que as pessoas saiam da miséria com estabilidade", explicou.

Cenário internacional e riscos de retrocessos

Quando questionado sobre os desafios globais, Wellington Dias alertou sobre o risco de uma nova onda de protecionismo e a redução de investimentos sociais, especialmente caso Donald Trump retorne à presidência dos Estados Unidos. "Espero que seja só uma ameaça, mas estamos próximos de um colapso. A indiferença diante da fome e da miséria no mundo pode resultar em consequências graves", afirmou.

Dias ressaltou que, diante desse cenário, o Brasil tem buscado fortalecer o multilateralismo e alianças internacionais. "Os BRICS, o G20 e a União Europeia estão empenhados em garantir estabilidade global e evitar retrocessos", explicou.

Perspectivas para 2025

Com os avanços dos últimos anos, o ministro afirmou que o Brasil está em condições de sair novamente do Mapa da Fome em 2025. "Temos um cadastro mais estruturado, uma rede de assistência social fortalecida e políticas integradas em várias áreas, como educação e empreendedorismo. Os dados indicam que podemos alcançar essa meta no próximo ano", declarou.

Em relação a rumores sobre uma possível saída do ministério para assumir um cargo de liderança no Senado, Dias descartou essa possibilidade no momento. "Estou empolgado com o trabalho que estamos desenvolvendo. Temos uma equipe qualificada e comprometida. Nossa missão é garantir dignidade para o povo brasileiro", concluiu.

Com o objetivo de promover a inclusão socioeconômica de milhões de brasileiros, o governo Lula pretende transformar o combate à fome em uma política permanente, reduzindo as desigualdades e assegurando um crescimento sustentável.

 

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